Morar de aluguel tem suas dores e delícias. Apesar do imóvel não ser seu, e você não ter a liberdade para deixá-lo exatamente como quiser, alugar significa que você pode experimentar: o bairro da cidade, a vizinhança e o comércio local, o condomínio e até as peculiaridades da casa, que vão servindo de repertório para você saber o que gosta e o que não gosta, o que é essencial e o que não é na hora de investir na própria casa. Além disso, quando sua vida mudar ou você simplesmente quiser viver algo novo, é só empacotar suas coisas e entregar as chaves, deixando o imóvel nas condições em que o encontrou.
Com essa flexibilidade, no entanto, vêm também uma porção de dúvidas: como deixar esse ambiente legal e a nossa cara? Como lidar com aquilo que não escolhemos e não podemos mudar? Como distribuir o orçamento de forma a tirar o melhor proveito do novo imóvel? E se não houver dinheiro para grandes mudanças?
Neste post, a gente vai falar sobre todos esses pontos, com exemplos que a Lu sempre aplicou enquanto morava de aluguel. Afinal, é possível, sim, transformar um imóvel que não é seu numa casa em que você se identifique e se sinta, genuinamente, em casa.
1 – Contrate uma consultoria express ou uma consultoria de layout
Essa é uma das dicas mais importantes, mas também a que as pessoas mais optam por ignorar. É realmente difícil, uma vez que você já tem um orçamento contado para os móveis que precisa comprar, investir em algo que não seja tangível. Ainda assim, é um investimento que acaba se pagando, pois você vai fazer escolhas melhores a partir dele.
Nós indicamos a consultoria express para quem precisa tirar dúvidas. Talvez você tenha olhado alguns imóveis e esteja em dúvida de qual fechar: essa é a hora em que um olhar treinado e as perguntas certas podem fazer total diferença na escolha final.
Já a consultoria de layout é para quem pega um apartamento sem mobília, na maior parte das vezes apenas com cozinha e banheiro, e precisa começar do zero. Saber quais móveis e itens comprar, e as dimensões dos itens que você precisa resolve não só a questão de circulação e conforto da sua casa, mas também a dor de cabeça na hora de escolher as peças.
2 – Separe um orçamento e faça uma lista dos itens a comprar
A diferença entre decorar um apartamento alugado ou comprado é, quase sempre, o nível do investimento que você vai fazer, e a velocidade com que vai fazer esse investimento. No caso de um apartamento alugado, você ainda precisa se perguntar quanto tempo pretende passar no imóvel (mesmo que as circunstâncias sempre possam mudar). Se não é um lugar onde você se vê morando no longo prazo, o ideal é separar um orçamento para tudo que precisa fazer, de imediato. Se deixar para fazer aos poucos, é possível que acabe não fazendo nunca – afinal, o apartamento não é seu, e quanto mais tempo passa, maiores as chances de você acabar se mudando.
Então faça uma lista de tudo que precisa e seja sincero com você mesmo quanto à realidade financeira, distribuindo o orçamento de forma que, antes de comprar qualquer coisa, você já saiba o quanto pode gastar. Assim não corre o risco de você investir demais num sofá e não ter dinheiro para um tapete ou uma mesinha na sala, por exemplo – que, no fim, são itens que fazem muita diferença no resultado final.
3 – Mude o que pode ser mudado
Há coisas possíveis de serem mudadas num apartamento alugado, e pequenas mudanças que fazem uma grande diferença. Pintar as paredes de branco, trocar os puxadores dos armários, trocar lâmpadas frias por quentes, colocar uma capa no sofá, mudar luminárias que não estejam legais e trocar as cortinas são todas formas renter-friendly de deixar um ambiente mais legal.
A sala da Lu no apartamento alugado em que ela morava: capa no sofá, quadros e tapetes novos mudaram completamente o espaço
Há ainda a opção de você negociar com o(a) dono(a) do apartamento para fazer melhorias sem tirar todo o dinheiro do seu bolso: trocar um box de acrílico por um de vidro nos banheiros, adicionar um espelho, reformar as portas dos armários da cozinha, adicionar uma bancada, colocar armários nos quartos, tirar um papel de parede que não esteja legal…
A bancada da cozinha foi adicionada ao apartamento com autorização do dono, na mesma pedra da bancada já existente, o verde ubatuba
No quarto, ela pintou as paredes, mudou a roupa de cama, adicionou a cabeceira e um quadrinho
4 – Mas não esquente a cabeça com aquilo que não pode
Há coisas que não podem ser mudadas, ou que seu inquilino não vai permitir que você mude. (Daí a importância de uma consultoria express lá no início: saber fazer as perguntas certas antes de assinar o contrato!) A partir do momento em que você pega as chaves do apartamento, ficar focando naquilo que não pode ser mudado não vai ajudar em nada – muito pelo contrário: só vai estragar um momento em que você deveria estar curtindo o processo da casa nova.
Então não esquente a cabeça. Em vez de gastar energia com o que não está funcionando a seu favor, trabalhe outros pontos do seu apartamento para que sejam eles os protagonistas do ambiente, aquilo em que todo mundo repara quando entra. Jogue um tapete lindo e confortável na sala que não tem um piso legal, coloque uma bandejinha com flores e velas na bancada sem graça da cozinha integrada, invista em cadeiras bonitas para criar um espaço agradável de jantar. Olhe para o lado bom e dê um empurrãozinho para deixá-lo ainda melhor.
O tapete claro trouxe mais luz para a sala e ajudou a esconder o piso sem graça. Uma bandeja com flores e livros é daqueles detalhes que fazem toda a diferença
5 – Invista naquilo que você leva com você
Essa é uma daquelas regras de ouro que não costuma falhar: itens bons e atemporais vão com você para qualquer lugar. Diferente de um sofá ou rack, por exemplo, que não se adaptam a qualquer layout de apartamento, há itens que facilmente transitam com você por onde for: luminárias de design, uma mesinha de apoio legal, cadeiras de jantar, rouparia (jogo de lençóis, capa de edredom, toalhas de rosto e banho…), itens de mesa, um quadrinho de um(a) artista que você goste – fazendo boas escolhas, todos são investimentos que você não se arrependerá de ter feito.
Banquinho trama, mesa tulipa e luminária de latão que já mudaram com a Lu de apartamento e diversas vezes de cômodo: itens de boa qualidade e atemporais
Então invista em itens menores, ainda que nem sempre essa escolha pareça lógica. Na hora de decidir entre comprar a mesa de jantar dos sonhos ou um banquinho de design, lembre-se que, nesse momento da sua vida, morando de aluguel, o banquinho tem a maior probabilidade de ir com você para outras casas. Com o tempo, você terá um acervo bem legal de peças boas que farão toda a diferença no resultado final da sua casa.
6 – Faça o melhor que você pode com aquilo que você tem
Esse é um ponto que nós sempre frisamos: faça o melhor que você pode no momento. Talvez você não possa investir em nada agora, mas isso não significa que não há nada que possa fazer. Cuide da sua casa, coloque seu tempo e energia nela. Faça uma limpa em tudo que não está legal ou é informação em excesso e organize-se para deixar a casa em dia: guardar o que estiver espalhado, trocar lençóis e toalhas, passar um aroma nos estofados, acender uma vela, comprar flores, assar um bolinho… São os detalhes que fazem a diferença. São essas formas de amor e cuidado com a sua casa que acabam refletindo no seu dia a dia.
Para mais ideias de como cuidar da sua casa sem gastar, lá no Youtube da LP você encontra todos os vídeos do nosso desafio de fim de ano, que pode ser feito a qualquer tempo, sempre que você achar que está precisando prestar um pouquinho mais de atenção à sua casa.
E, por último, não se esqueça de que casa é muito mais que um ambiente. É onde dividimos a mesa com nossa família, com amigos e com as pessoas que a gente ama, onde tomamos um bom banho e nos jogamos na cama depois de um dia difícil, onde lemos um livro que nos marca, assistimos a filmes que nos emocionam, onde rimos e choramos e construímos memórias que levaremos para a vida. A beleza é sim importante – mas ela pode vir das mais diferentes formas.
